Reflexão de um povo

on sexta-feira, 21 de junho de 2013


Acredito que muitos ficarão possessos com o que vou dizer, porém vivemos em um país democrático e eu quero apenas expressar minha opinião nesse mar de ideias de todos os tipos. Lancei um texto a respeito do que acho do movimento que tomou conta das principais capitais do Brasil. Pra resumir falei que o povo tem que mudar também e que em parte somos culpados disso tudo, não há como negar. Porém ao final de uma semana em que pudemos pesar as coisas e achar os pós e os contras, eu cheguei em uma análise que eu não queria: O povo não sabe o que é melhor para ele.
Pronto. Agora vai começar fulaninho falando que isso é um retrocesso a uma coisa muito maior e que certamente eu não sei o que estou falando. Talvez você esteja certo, caro acusador, talvez não. Pelo menos me leia. Tenho notado que em um movimento tão grande inúmeros grupos tem se levantado para defender todo tipo de ideal e apologias sem sequer parar para pensar que o grito do povo não é imperativo como todos bradam, é argumentativo. Temos que querer conversar, não decidir. Existem pessoas pedindo pela legalização do aborto e ei, acho justo conversarmos a respeito e não estou me dizendo nem a favor, nem contra, o que digo é que isso é algo que devemos conversar. Vale vestir a camisa, mas em uma revolução de mudança esse não é um tópico pertinente. E esse é um grupo leve, pois tem muita coisa muito mais grave sendo cultivada em grandes grupos camuflada sem querer por gente de bem acreditando em mudanças boas. Também já falei que muitos afirmam que sangue é necessário em um processo de nascimento de uma nova geração assim como um parto traz uma nova vida, mas isso está errado. Se você luta contra uma força opressora, tente não se assemelhar a ela. Ainda há o detalhe de que muita gente achou bodes espiatórios específicos e de uma longa inimizade. Não tenho nada contra a RBS, filial da Globo no RS, mas vejo ódio e rancor nos olhos das pessoas quando querem invadir um órgão de imprensa para sambar na cara dela. Sim, a Globo sempre criou uma imagem distorcida do Brasil e com certa razão nos ninou em um sonho utópico, mas podemos culpar ela por algo que nosso povo sempre quis? Você assiste Malhação! Você doa seu dinheiro suado para o BBB de edição número 171. Ah, e quem será que passa o dia todo com a TV ligada. Bem, não queria dizer, mas ainda é você. Então por que descontar a fúria neles? Transforme esse sentimento em algo melhor, em formas de libertar as pessoas, de se libertar principalmente.
Voltando ao assunto anterior, o povo não sabe o que quer, nem o que fazer. Bomba. Agora tu extrapolou, alguém vai dizer. Nós, o povo, somos super esclarecidos, okay? Uhum, vai vendo. Ouço vozes falando de tirarmos a Dilma do poder. Bem, você pode tentar isso. E depois? Quem vai ocupar o lugar dela? Ninguém? Anarquia não é algo melhor do que já temos. Outro político de sua preferência partidária? Certo, Papai Noel chegou mais cedo então. Mas que porra devemos fazer? O primeiro passo foi feito. O povo mostrou que não é manso. Que é uma leoa ciumenta de seus filhos e que esbraveja sobre bravatas. Porém é insensato criar insurreições ou mesmo ilusões de que se pode pedir algumas coisas absurdas. Ou criar um novo Estado Novo só que agora governado pelo povo. Não, não dá. Independente de sua crença, em uma conversa com um colega ele me falou que em outra vida você poderia ter barbarizado e não seria justo lembrar nessa vida para que você pudesse fazer o certo sem aquele peso. Minha resposta foi a mesma que aplico agora para a política: Arque com as consequências de sua escolha. Sou apartidário e nunca votei no PT, mas não adianta tirar a presidenta. Não se for colocar outro mequetrefe pelo menos... Tem que cobrar e fazer valer aquilo que realmente nos representa. Nossa Constituição de 1988 é boa, embora nem tudo seja levado ao pé da letra. Mas é boa. O que temos que fazer é uma reforma administrativa. Algo que possamos monitorar e punir nossos governantes. Esse é o poder do povo. Precisamos tomar novamente em nossas mãos a chave do poder de pôr e tirá-los do poder, da ação. E uma opinião pessoal minha: 4 anos é muito tempo. Pior ainda, os oito anos para senadores. Se o tempo fosse mais curto como um ano ou dois eles pensariam melhor antes de meter os pés pelas mãos, pois bobeou, dançou.
Em tese nossos representantes são “o melhor de nós”. Era pra ser assim: Escolhemos de uma população os caras com as maiores visões racionais e equilibradas, talvez até os homens mais sagazes e sapientes de nosso povo. Ou seja, nossa nata. Porém em uma cesta de maçãs apodrecidas é difícil tirar uma suculenta. Somos conhecidos e gostamos desse rótulo que somos um povo malandro, espertalhão. E depois reclamamos quando colocamos no Planalto os melhores dessa arte.
Há ainda algo que quero falar. Muitos falam mal do funcionalismo público, mas não sabem a bobagem que isso é se for algo da boca pra fora, sem base. O ideal não seria pedirmos por hospitais que funcionem, mas sim por injetarem rios de dinheiros de impostos em Educação e Salários Dignos, pois assim todos poderíamos consultar em clínicas particulares e tava tudo certo. Pois só espaços de medicina não resolvem na totalidade. Existe muitas outras coisas em jogo como profissionais mal motivados e yada yada... Daí se apenas investirmos no SUS e esquecermos de dar bola para os servidores públicos fique certo que você será mal atendido, diagnosticado erroneamente e padecerá de muitos abusos. Então não seja bobo de defender o fim do funcionalismo público, não enquanto o salário perfeito e a educação maestral não saírem do papel. Eu sou funcionário público concursado e me esforço muito para cada dia atender o melhor que posso a cada pessoa do município, meus colegas de trabalho que digam que não se for mentira. Eu mudo muitos mundos no trampo. Trabalhar é protestar quando se faz honestamente, acreditem. Poderia citar 2 pessoas que conheci e que se dizem envolvidas nesse processo todo, mas que uma só estava de olho em um CC e outra que faz seu trabalho mal e porcamente e grita por mudança. Ah, vão se catar as duas.
Não quero prendê-lo mais. Até porque o chamado das ruas lhe afaga o ouvido. Só quero ainda dizer para não ir para a batalha sem a melhor arma: O cérebro. Lute nas ruas, mas estude em casa as soluções. Revolucione, mas seja a mudança dentro e fora. E por último, mas não menos importante... Lembre que você, eu e os políticos somos todos “povo”, mas que o que muda e vai fazer a diferença é a vontade de fazer o certo e mostrar que não somos mais aquela gente que não entende das coisa, mas que entendemos e iremos mobilizar o mundo com nossos ideais. E que não sucumbiremos diante das tentações de fazer o mais fácil e que nos beneficia.
 Povo, acorde, esqueça o gigantismo. Não somos parte da opressão, somos os pequenos sonhadores de hoje por um futuro gigante amanhã.

Revolução?!

on terça-feira, 18 de junho de 2013


V de revolução! Não faz sentido, eu sei, mas é exatamente isso o que está passando na mente da maioria das pessoas que está apoiando a causa: Desorientação. Aliás, qual é a causa mesmo? Aumento exorbitante da passagem? Corrupção ativa e infindável? Melhoria de aplicação de verba pública? Preço justo para o Playstation 4? Pois é, está difusa a motivação do nosso povo, por mais bem intencionada que ela seja. Qual a lição que queremos passar para o Poder Público dessa vez? Um monte de guris com a máscara de um filme que se tornou o emblema de anonimato e pensamento coletivo saiu as ruas, ei veja bem isso é louvável, para deixar bem claro o que querem quando pensarem melhor a respeito. Ainda não temos todas nossas respostas, mas quando as tivermos vocês verão. Ah, deixa só descobrirmos.
O pessoal está apenas se movimentando. Se fosse no mar estariam apenas fazendo ondas. Sem um objetivo claro do que querem acabam sendo um escudo para atitudes inefáveis por trás do cerco. Temos visto pessoas que estão no jogo por apenas despeito, outras que querem o caos, algumas apenas querem sentir-se parte de algum movimento para poderem ter o que postar no Facebook. E há os dois piores tipos: Os violentos e os em causa própria.
Agitadores invadiram a cidade, destroem antes e perguntam depois. Por que quebramos isso tudo? Ah, a revolução. Que nada, são pessoas que não tem uma linha de raciocínio desenvolvida o bastante para entenderem o que estão fazendo, quanto mais para reivindicar alguma coisa. São movidos pela adrenalina da coisa e estão a espera de alguma derrapada de nossos filhos, irmãos, entes queridos para se atracarem em uma tragédia esperada. Não adianta, não se discute com feras.
E o outro tipo? Ah, sim. Várias vertentes infiltradas. No fundo todo tipo de oposição. Pessoas que dizem apoiar a causa, mas só querem ver a balança pesar pro seu lado. Pessoas que querem uma revolução no estilo de vida delas. Enquanto isso um outro tipo, os tais modificadores de mundinho (esses são aqueles que acham que furar a fila do banco quarta de manhã ou reclamar das condições do Brasil no Facebook muda alguma coisa para alguém...), entram em um estado eufórico de estou alterando a história do mundo enquanto na verdade apenas está suprindo a ausência de emoções em sua vida.
A verdade é que só há um jeito de mudar as coisas: Fazendo a diferença. Não com mãos que quebram ou com as bocas que urram, mas as plantam o novo e cantam a esperança aliada com o racional, que mudam o mundo e o local onde vivem de maneira plausível. Sair às ruas é legal, mas sair do senso comum é muito mais incrível. Do que adianta gritar no Centro até ficar sem voz ao invés de ajudar aqueles que a perderam junto com as forças e hoje em dia sucumbem nas metrópoles? Pessoas morrem de fome, crianças ficam sem escolas, motoristas também são gente, mas tudo em uma vida em sociedade é trabalho do Estado com as comunidades, 80% para 20%, mas é. Você não acha que nada está mudando apenas por quebrar uma loja de motos ou ainda por se divertir de revolucionário para boas fotos pro Flicker? As pessoas adoram “se dizer” as justas, mas o calo aperta quando elas passam para o holofote e vestem o sapato apertado. Então saia para as ruas e mostre que o povo é feroz, mas em atitudes orientadas e prudentes. Senão...
...O V é de vingança, não de revolução.