O primeiro texto a gente nunca esquece

on sábado, 31 de maio de 2008
Escrever é uma arte, alguém disse certa vez em algum tempo já esquecido. E eu tive a sorte e a dádiva de nascer arteiro. Brincadeiras a parte, escrever é algo que transcende o ato de por pensamentos grafados num papel. É bem mais que isso, muito mais. Qualquer um pode escrever, qualquer um. Qualquer um pode escrever corretamente com o advento dos editores de texto, nos tornamos os mestres ortográficos, os menestréis da concordância.

Porém se engana quem acha que é fácil fazer um texto. É uma tarefa árdua que exige disciplina e sensibilidade. Disciplina para escrever todos os dias ao menos algumas linhas mesmo que seja aquela extensa lista do que comprar no supermercado. Claro, não espere convite para a academia de letras, mas é válido. Escrever sempre é válido. Sensibilidade para fundir o seu gosto com o de quem está lendo sem ser falso, sem se apunhalar a si mesmo (sim, escrever o que os outros gostam sem ser sua praia é um belo de um tiro certeiro no pé). Ser sensível a ponto de penetrar nas entranhas (ui!!) de quem está lendo, mais além até, na alma escrutinavel das pessoas descobrindo e desnudando até mesmo os seus mais tenebrosos pensamentos obscuros, tendo que saber lidar desde aqueles que lêem Guerra e Paz até aqueles que apreciam a obra de Charles M. Schulz., no simpático Peanuts (eu nunca li Guerra e Paz, me enquadro nas tirinhas). Tem que estar preparado para saber agradar a todos. Gregos e troianos… e você é claro.

Toda arte se desenvolve com o tempo, com a prática e a persistência. Eu finalmente tenho um espaço pra dizer o que eu penso, de praticar, de arriscar, de ser eu. É o lugar de errar. De ousar, tentar ser grande. Ser maior que grande. Ser mais maior. Acham que eu deveria grifar a parte de aqui ser o lugar de errar?

Creio que escrever num espaço assim pode se comparar a plantar uma arvore. Você tem que regar, cultivar e acima de tudo dar carinho. Todo dia!! E então verás depois de um tempo (maior do que aquele que esperamos, mas menor do que aquele que realmente merecemos) que seu trabalho árduo está grande e palpável e que lhe estende frutos deliciosos. É só erguer as mãos e pega-los de sua rede. Enfim, nada é tão fácil como parece…

Queria eu poder fazer como meus escritores favoritos, passear no parque de manhã, observar os pássaros, cheirar as flores. E correr pra casa com uma idéia incrível ao observar um formigueiro. Ou simplesmente deitar numa rede e bolar algo genial… mas como eu não ganho para fazer isso me possibilitando escrever de pantufas em casa numa manhã de sol,me contento em meio à correria do meu trabalho, quando o tempo me permitir, escrever coisas um pouco mais belas do que elas se apresentam no dia a dia, quando elas se revelam em sua forma bruta. Achar o que tem em mais belo em pegar um ônibus lotado enquanto um alemão de bigode ondulado esfrega as axilas, vulgo sovaco em você. É… Olhando desse ponto escrever é realmente tirar leite de pedra. Entretanto nada que me faça recuar, pois como diz o poeta da minha terra: Não se micha um povo vivente!!

Então aqui começa mais um momento de plantar de minha vida, no qual a certeza que eu tenho é que independente do que aconteça o sonho permanece. Não sou leviano a ponto de dizer que não gostaria que milhares de pessoas passassem por aqui lendo, comentando, elogiando, criticando, enfim… participando!! Seria bacana, mas o mais legal disso tudo é isso, estou praticando!!Aqui começa minha carreira literária, não é ainda uma coluna do jornal Zero Hora, mas quem sabe um dia… Ah!! Um dia…

Saul Junior

1 comentários:

Anônimo disse...

Parabens pelo belo texto, com certeza
muitos outros viráo.Com certeza esta
nascento um escritor de mao cheia.
Parabens